
Por menor que seja seu conhecimento sobre cinema, alguns Diretores são tão icônicos que a menção de seus nomes acabam sendo referências de bons filmes. Se nos anos 70 e 80, diretores como Steven Spielberg (Tubarão, Indiana Jones, Jurassic Park), Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão, Apocalipse Now) ou George Lucas (Star Wars) atraiam milhares aos cinemas, o mesmo pode ser dito quanto a Quentin Tarantino, o gênio do cinema independente!
Reconhecimento, tanto pela crítica quanto pelo público, como um dos diretores mais icônicos e influentes do cinema moderno, Quentin Jerome Tarantino nasceu em 27 de março de 1963 em Knoxville, Tennessee, tendo uma infância marcada por sua paixão pelo cinema. Criado em Los Angeles por sua mãe, ele desenvolveu desde cedo um interesse por filmes de gêneros diversos, incluindo westerns, filmes de kung fu, exploitation e noir. Autodidata, Tarantino abandonou a escola aos 15 anos para se dedicar ao estudo do cinema, trabalhando em uma locadora de vídeos, onde expandiu seu vasto repertório cinematográfico.
No início dos anos 80, Tarantino tentou atuar e escreveu vários roteiros, alguns dos quais foram vendidos para outros diretores, como Amor à Queima Roupa (True Romance, 1993), dirigido por Tony Scott, e Assassinos por Natureza (Natural Born Killers, 1994), dirigido por Oliver Stone. Seu primeiro grande passo na direção veio com Cães de Aluguel (Reservoir Dogs, 1992), que foi financiado parcialmente pelo ator Harvey Keitel e se tornou um marco no cinema independente.
CARREIRA E ESTILO
Com roteiros afiados, diálogos marcantes e narrativas não lineares, Tarantino ganhou muito destaque no início dos anos 90. Seus filmes costumam misturar influências do cinema cult, exploitation, western spaghetti e filmes de artes marciais, além de inúmeras referências a grandes clássicos da sétima arte. A violência estilizada e o humor ácido também são características marcantes de sua obra. Seu estilo único logo chamou a atenção de Hollywood, garantindo-lhe uma posição de destaque entre os grandes diretores contemporâneos.
Divulgação: Sony Pictures Entertainment
Tarantino também é conhecido por seu apreço pela mídia física, especialmente por filmes em 35mm, e por sua decisão de manter um controle criativo total sobre suas produções. Ele frequentemente colabora com os mesmos atores e técnicos, incluindo Samuel L. Jackson, Uma Thurman, Tim Roth, Leonardo DiCaprio, o diretor de fotografia Robert Richardson, dentre vários outros. Seus filmes são repletos de referências cinematográficas e trilhas sonoras icônicas, muitas vezes resgatando músicas esquecidas do passado. Controverso, muitas de suas obras geram polêmicas pelo fato de homenagear constantemente obras do passado, mas Tarantino o faz com tanta maestria que as homenagens se tornam maiores que os longas e estilos usados como base.
“Eu roubo (ideias) de todos os filmes já feitos. Se eu gosto de algo, eu copio.“ – Quentin Tarantino
A FILMOGRAFIA TARANTINESCA
Como um grande cinéfilo, logicamente Tarantino figura dentre meus diretores prediletos. O impressionante quanto a sua filmografia é que, mesmo que com um currículo de somente 10 filmes por ele dirigidos, todos são muito acima da média. Mesmo seu filme com menor avaliação junto aos agregadores de notas, como IMDB, Rotten Tomatoes e Metacritic, é muito superior à maioria dos filmes de relativo sucesso lançados desde a década de 90.
Baseando-se exclusivamente na minha opinião, portanto, apresento, em ordem de “menos interessante” até o “mais puro ouro”, um ranking com os 10 filmaços deste incrível Diretor!
À PROVA DE MORTE (Death Proof, 2007)
10º lugar
Divulgação: Lantern Entertainment
À Prova de Morte é um thriller que homenageia os filmes de exploração dos anos 70, com um assassino que usa um carro como arma mortal. Com Kurt Russel como o antagonista e serial killer Stuntman Mike, este filme é reconhecido como o menos inspirado filme de Tarantino, mas que ainda consegue entregar cenas icônicas, com muitas referências interessantes, violentas, carregadas de tensão e momentos de horror, com uma estética visual muito ligada ao cinema exploitation dos anos 70. O longa faz parte do projeto “Grindhouse” em parceria com Robert Rodriguez, que também lançou o filme Planeta Terror (Planet Terror, 2007). Ambos os filmes não tiveram bons resultados de bilheteria, mas se tornaram clássicos cult para muitos cinéficos pela estética Grindhouse, sem se levar a sério e focando na diversão.
IMDB: 7,0
Elenco:
- Kurt Russell– Stuntman Mike
- Zoë Bell– Zoë Bell
- Rosario Dawson– Abernathy
- Rose McGowan– Pam
- Mary Elizabeth Winstead– Lee
- Vanessa Ferlito– Arlene
Principais referências:
- Filmes de perseguição de carros dos anos 70, como Corrida contra o Destino (Vanishing Poin, 1971), Fuga Alucinada (Dirty Mary, Crazy Larry, 1974) e 60 Segundos (Gone in 60 Seconds, 1974).
- Filmes Slashers e de horror exploitation, como Halloween – A Noite do Terror (Halloween, 1978), Sexta-feira 13 (Friday the 13th, 1980), O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre, 1974) e A Vingança de Jennifer (I Spit on your Grave, 1978).
- Estética Grindhouse e Exploitation.
- Referências a dublês e à cultura do cinema, com a dublê Zoë Bell interpretando a si mesma e o antagonista principal do filme, Stuntman Mike, sendo um “dublê do mal”, que usa carros como armas ao invés de proteger os atores.
Onde assistir: Apple TV e Youtube (aluguel)
JACKIE BROWN (1997)
9º lugar
Divulgação: beIN Media Group
Baseado no livro Rum Punch, de Elmore Leonard, Jackie Brown é uma homenagem ao cinema blaxploitation dos anos 70. O filme é protagonizado por Pam Grier , que interpreta Jackie Brown, uma comissária de bordo que trafica dinheiro a mando de um vendedor de armas. Quando dois policiais oferecem um acordo para que ela entregue o bandido, ela decide enganar todos os envolvidos, com um olho na liberdade e outro numa mala cheia de dinheiro.
O filme apresenta um ritmo mais contido, mas ainda com a assinatura estilística do diretor. Trata-se do único filme de Tarantino que adapta uma obra já existente, no caso o livro de Elmore Leonard, que por sua vez já tinha diálogos cheios de humor e ironia, típicos das obras do escritor.
IMDB: 7,5
Elenco:
- Pam Grier – Jackie Brown
- Samuel L. Jackson – Ordell Robbie
- Bridget Fonda – Melanie
- Robert De Niro – Louis Gara
- Michael Keaton – Ray Nicolette
- Robert Forster – Max Cherry
Principais referências:
- O romance Rum Punch (1992), de Elmore Leonard. Tarantino fez algumas mudanças, como alterar a etnia da protagonista (no livro, ela se chama Jackie Burke e é branca).
- O cinema Blaxploitation, principalmente pela escalação de Pam Grier, estrela de filmes como Coffy (1973) e Foxy Brown (1974). O sobrenome Brown da protagonista é uma referência direta à personagem Foxi Brown.
- Cinema policial dos anos 70, como Dias de Fogo (Medium Cool, 1969) e A Morte do Chefão (The Don Is Dead, 1973).
- Sequência inicial inspirada na abertura de A Primeira Noite de um Homem (The Graduate, 1967).
- Trilha sonora dos anos 70, com músicas como “Across 110th Street”, de Bobby Womack, “Strawberry Letter 23″, de The Brothers Johnson, e “Didn’t I (Blow Your Mind This Time)”, de The Delfonics (banda favorita do personagem Max Cherry).
Onde assistir: Prime Video e Apple TV (aluguel)
CÃES DE ALUGUEL (Reservoir Dogs, 1992)
8º lugar
Divulgação: Lionsgate Studios
O filme que colocou Tarantino no mapa do cinema independente. Com uma narrativa fragmentada e diálogos memoráveis, Cães de Aluguel conta a história de um assalto que dá errado, revelando a tensão entre os criminosos. Além de ser o primeiro filme dirigido por Tarantino, esta obra icônica nos apresenta algumas de suas marcas registradas, como os diálogos ácidos e cotidianos, os personagens estranhos e memoráveis, e situações violentas e inusitadas, cheias de violência e de referências, sempre inseridas de uma forma que se encaixa perfeitamente no contexto.
IMDB: 8,3
Elenco:
- Harvey Keitel – Mr. White
- Tim Roth – Mr. Orange
- Michael Madsen – Mr. Blonde
- Steve Buscemi – Mr. Pink
- Quentin Tarantino – Mr. Brown
Principais referências:
- Perigo Extremo (City on Fire, 1987), de Ringo Lam.
- O Grande Golpe (The Killing, 1956), de Stanley Kubrick.
- O Segredo das Joias (Asphalt Jungle, 1950), de John Huston.
- The Taking of Pelham One Two Three (1974), de Joseph Sargent.
- A trilha sonora é cheia de músicas dos anos 70, especialmente do soft rock e pop da época, com destaque para “Stuck in the Middle with You” e Stealers Wheel, usada na infame cena da tortura.
- Influências em estrutura e personagens vindas da obra de Sérgio Leone, Sam Peckinpah e Brian De Palma.
Onde assistir: Prime Video e Apple TV (aluguel)
ERA UMA VEZ EM… HOLLYWOOD (Once Upon a Time in… Hollywood, 2019)
7º lugar
Divulgação: Columbia Pictures
Este filme é uma homenagem à era dourada de Hollywood nos anos 60. Sua trama acompanha um ator decadente, Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), e seu dublê, Cliff Booth (Brad Pitt), em meio às mudanças da indústria cinematográfica, mesclando os bastidores muito realistas dos estúdios Hollywoodianos de 1969 com uma reescrita de um contexto histórico muito marcante: o assassinato da atriz Sharon Tate, esposa do diretor Roman Polanski (O Bebê de Rosemary, Chinatow) por membros da Família Mason. Além de cenas memoráveis nos bastidores dos estúdio, com direito a uma luta fictícia do dublê Cliff Booth com Bruce Lee, o final arrebatador nos entrega um momento de catarse único, só superado pelas cenas finais de Bastardos Inglórios (2009).
IMDB: 7,6
Elenco:
- Leonardo DiCaprio – Rick Dalton
- Brad Pitt – Cliff Booth
- Margot Robbie – Sharon Tate
- Emile Hirsch – Jay Sebring
- Margaret Qualley – Pussycat
- Timothy Olyphant – James Stacy
- Austin Butler – Tex Watson
- Dakota Fanning – Squeaky Fromme
- Al Pacino – Marvin Schwarz
- Damian Lewis – Steve McQueen
Principais referências:
- Os Spaghetti Westerns de Sérgio Leone.
- Cine B e séries de TV dos anos 50/60, como Procurado Vivo ou Morto (Wanted: Dead or Alive, 1958), estrelado por Steve McQueen.
- Bruce Lee e o cinema de artes marciais.
- Bastidores de Hollywood e dos estúdios de cinema de 1969.
- A maior referência histórica: a trágica história real da atriz Sharon Tate, assassinada por membros da Família Manson em 1969.
Oscar: Melhor Ator Coadjuvante (Brad Pitt) e de Melhor Edição de Arte
Onde assistir: Prime Video e Apple TV (aluguel)
OS OITO ODIADOS (The Hateful Eight, 2015)
6º lugar
Divulgação: Lantern Entertainment
Ambientado no Velho Oeste, Os Oito Odiados é um thriller claustrofóbico que se passa em uma cabana isolada durante uma nevasca. Com um elenco de peso e uma trama cheia de traições, o filme traz elementos do faroeste e do mistério. Sua ambientação claustrofóbica, quase toda dentro de uma cabana durante uma nevasca, com personagens interessantes, sombrios e muito perigosos, regada a diálogos afiados e com uma história cheia de reviravoltas, transforma este filme numa experiência memorável.
IMDB: 7,8
Elenco:
- Samuel L. Jackson – Major Marquis Warren
- Kurt Russell – John Ruth
- Jennifer Jason Leigh – Daisy Domergue
- Walton Goggins – Sheriff Chris Mannix
- Demián Bichir – Bob(as Demian Bichir)
- Tim Roth – Oswaldo Mobray
- Michael Madsen – Joe Gage
- Channing Tatum – Jody
Principais referências:
- Os Spaghetti Westerns de Sérgio Leone.
- O Enigma de Outro Mundo (The Thing, 1982).
- Cães de Aluguel (Reservoir Dogs, 1992).
- O romance “E Não Sobrou Nenhum” (And Then There Were None), de Agatha Christie.
- Estilo no formato 70mm (Ultra Panavision 70), raríssimo, tradicionalmente usado em épicos como Ben-Hur (1959).
Oscar: Melhor Trilha Sonora Original (Ennio Morricone)
Onde assistir: Prime Video (aluguel) e Apple TV (aluguel)
DJANGO LIVRE (Django Unchained, 2012)
5º lugar
Divulgação: Lantern Entertainment
Um western revisionista estrelado por Jamie Foxx, Django Livre conta a história de um escravo liberto que se torna caçador de recompensas. Mesclando referências aos já conhecidos filmes de faroeste italianos de Sergio Leone, além da música-tema principal, do plot de vingança e do nome do protagonista de Django (1966), este já clássico de faroeste revisionista é mais uma obra visualmente impecável, com diálogos marcantes e afiados e com boas reviravoltas. Além das atuações brilhantes
IMDB: 8,5
Elenco:
- Jamie Foxx – Django
- Christoph Waltz – Dr. King Schultz
- Leonardo DiCaprio – Calvin Candie
- Kerry Washington – Broomhilda von Shaft
- Samuel L. Jackson – Stephen
Principais referências:
- Django (1966), de Sergio Corbucci, com o ator Franco Nero, o Django original, fazendo uma participação especial.
- Os Spaghetti Westerns do diretor Sergio Leone.
- Filmes da fase Blaxploitation, como Shaft (1971), Coffy: Em Busca da Vingança (1973) e Super Fly (1972).
- Filmes de vingança também da fase Blaxploitation como Mandingo – O Fruto da Vingança (1975) e A Lenda do Negro Charley (1972).
Oscar: Melhor Ator (Christoph Waltz) e Melhor Roteiro Original (Quentin Tarantino)
Onde assistir: Netflix, Prime Video (aluguel) e Apple TV (aluguel)
KILL BILL: VOLUME 1 (2003) / KILL BILL: VOLUME 2 (2004)
3º e 4º lugares
Divulgação: Paramount Pictures
Uma história de vingança estrelada por Uma Thurman como “A Noiva”. Inspirado em filmes de samurai e artes marciais, Kill Bill é uma explosão de estilo, violência e narrativa impactante dividida em duas partes (por exigência do estúdio). Na primeira parte, depois de despertar de um coma de quatro anos, “A Noiva” busca vingança contra o grupo de assassinos que a traiu. No volume 2, depois de eliminar alguns membros da banda que tentaram assassiná-la no dia do casamento, a Noiva tenta matar os outros, especialmente a Bill, seu ex-chefe, que a entregou para morrer.
Com uma trilha sonora impecável e com cenas de ação divertidíssimas, este é um típico filme de vingança com uma protagonista forte e absolutamente letal. Há, como sempre, uma miscelânea de referências, e desde o macacão amarelo inspirado em Bruce Lee às lutas aos filmes de artes marciais chineses do Shaw Brothers, tudo evoca uma nostalgia que transforma a obra numa diversão sem igual.
IMDB: 8,2 e 8,0
Elenco:
- Uma Thurman – Beatrix Kiddo / The Bride / Mamba Negra
- David Carradine – Bill / Snake Charmer
- Daryl Hannah – Elle Driver / California Mountain
- Michael Madsen – Budd / Sidewinder
- Vivica A. Fox – Vernita Green / Copperhead
- Lucy Liu – O-Ren Ishii / Cottonmouth
Principais referências:
- Filmes de Artes Marciais (Kung Fu e Samurai), como Lady Snowblood (1973), Game of Death (1978), Shogun Assassin” (1980), Five Deadly Venoms” (1978) e outros filmes da Shaw Brothers.
- Filmes de Spaghetti Westerns, como os de Sergio Leone e Django (1966).
- Filmes de vingança dos anos 70, como Doce Vingança (1978), que exploram protagonistas femininas vingativas.
- Série Kung Fu (1972-1974), estrelada por David Carradine.
- Animação e Cultura Pop Japonesa, como os Animes “Golgo 13” e “Ninja Scroll” e o mangá e os filmes “Lone Wolf and Cub” (Lobo Solitário).
Onde assistir: Prime Video e Apple TV (aluguel)
BASTARDOS INGLÓRIOS (Inglorius Basterds, 2009)
2º lugar
A icônica cena do bar – Divulgação: Paramount Pictures
Um dos filmes mais celebrados de Tarantino, Bastardos Inglórios mistura história e ficção ao apresentar um grupo de soldados judeus americanos caçando nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Com um elenco estelar, como Brad Pitt, Michael Fassbender, Daniel Brühl e Daiane Kruger, Christoph Waltz brilhou como o vilão nazista Hans Landa, rendendo-lhe o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Adotando uma narrativa mais linear, mas sem abrir mão de flashbacks pontuais e dos habituais diálogos afiados e dos personagens profundos e icônicos, o longa é permeados por momentos incríveis de tensão e catarse. As cenas são construídas meticulosamente, e Tarantino esbanja seu talento ao dirigir com brilhantismo momentos como o da sequência inicial, do bar e do cinema. Não por acaso este filme consta em minha lista de Top 15 melhores filmes de todos os tempos!
IMDB: 8,4
Elenco:
- Brad Pitt – Lt. Aldo Raine
- Christoph Waltz – Col. Hans Landa
- Mélanie Laurent – Shosanna Dreyfus
- Diane Kruger – Bridget von Hammersmark
- Til Schweiger – Sgt. Hugo Stiglitz
- Daniel Brühl – Fredrick Zoller
- Michael Fassbender – Lt. Archie Hicox
Principais referências:
- Filmes de guerra como Assalto ao Trem Blindado (The Inglorious Bastards, 1978), Os Doze Condenados (The Dirty Dozen, 1967), Desafio das Águias (Where Eagles Dare, 1968) e Os Canhões de Navarone (The Guns of Navarone, 1961).
- Cinema noir e thrillers de espionagem, como os de Fritz Lang.
- Cinema francês dos anos 30 e 40, que inspiraram toda a construção da personagem Shosanna (Mélanie Laurent).
- Os Spaghetti Westerns de Sérgio Leone.
- Trilhas sonoras de filmes italianos, principalmente faixas de filmes de Ennio Morricone.
Oscar: Melhor Ator (Christoph Waltz)
Onde assistir: Netflix, Prime Video (aluguel) e Apple TV (aluguel)
PULP FICTION – TEMPO DE VIOLÊNCIA (Pulp Fiction, 1994)
1º lugar
Divulgação: Paramount Pictures
Pulp Fiction é simplesmente um dos filmes mais influentes de todos os tempos. A trama narra, de forma não linear e absolutamente muito bem editada, as vidas de dois assassinos da máfia, de um boxeador, de um gângster e de sua esposa, além de um par de bandidos, que se entrelaçam em quatro histórias de violência e redenção, repletas de humor negro, violência e sarcarmos. Além de lançar ao estrelato o ator Samuel L. Jackson, o filme trouxe um elenco surpreendente com nomes que estavam em seu auge, como Uma Thurman, Bruce Willis, Harvey Keitel, Christopher Walken, dentre outros, resgatando ainda do ostracismo a carreira do ator John Travolta. Simplesmente imperdível!
IMDB: 8,9
Elenco:
- John Travolta – Vincent Veja
- Samuel L. Jackson – Jules Winnfield
- Uma Thurman – Mia Wallace
- Bruce Willis – Butch Coolidge
- Ving Rhames – Marsellus Wallace
Principais referências:
- Banda à parte (Bande à Part, 1964), de Jean-Luc Godard, na cena icônica da dança de Mia Wallace (Uma Thurman) e Vincent Vega (John Travolta).
- A Morte num Beijo (Kiss Me Deadly, 1955), no brilho dourado da maleta misteriosa.
- O Grande Golpe (The Killing, 1956), de Stanley Kubrick, na narrativa fragmentada e fora de ordem temporal.
- À Queima-roupa (Point Blank, 1967), de John Boorman, também inspiração para a narrativa não linear.
- Filmes Blaxploitation dos anos 70.
- Taxi Driver (1976), de Martin Scorsese, na ambientação urbana suja e violenta.
- Os Spaghetti Westerns de Sérgio Leone., tanto na trilha sonora quanto no estilo visual de algumas cenas.
- A citação bíblica em Ezequiel 25:17, usada pelo personagem Jules Winnfield, de Samuel L. Jackson.
- Trilha sonora com músicas surf e soul dos anos 60 e 70, como “Misirlou”, “You Never Can Tell”, “Girl“, “You’ll Be a Woman Soon“, que contrastam ironicamente com a violência ou a situação das cenas.
Oscar: Melhor Roteiro (Quentin Tarantino e Roger Avary)
Onde assistir: Mercado Play, Prime Video (aluguel) e Apple TV (aluguel)
O FUTURO DE TARANTINO
O cineasta afirmou várias vezes que pretende se aposentar após dirigir seu décimo filme, e falta somente mais um considerando que Tarantino entende que os dois volumes de Kill Bill sejam somente um longa. Os fãs aguardam ansiosamente por sua próxima obra, que promete ser mais um marco na história do cinema.
Segundo o insider Elvis Mitchell (via The Hollywood Reporter), em entrevista de janeiro deste ano, o próximo projeto de Tarantino será uma peça de teatro. No entanto, ele não descartou a possibilidade de adaptar sua peça para as telonas se ela for bem-recebida e virar um sucesso colossal, mas acha que tal decisão seja improvável. De acordo com o cineasta, “Se for um fiasco, provavelmente não vou transformá-lo em um filme. Mas se for um sucesso estrondoso? Pode ser meu último filme”. Não há detalhes sobre a trama, e o motivo da mudança drástica ao se afastar temporariamente das câmeras se deve ao interesse em ficar mais perto dos dois filhos e de sua esposa Daniella Pick.
Há ainda especulações sobre uma sequência de Era uma vez em… Hollywood (2019), que seria roteirizada e produzida por Tarantino, para a Netflix, mas dirigida por David Fincher. Nesta semana, o The Hollywood Reporter afirmou que o projeto, ainda sem nome oficial, está em produção e com estreia prevista para o final do verão americano.
O fato é que Tarantino revolucionou o cinema com seu estilo único e apaixonado. Seus filmes são verdadeiras cartas de amor à sétima arte e continuarão inspirando gerações futuras. Seja qual for o futuro do diretor, sua influência e legado já estão mais do que garantidos.