Foram divulgadas, nestas últimas semanas, mais algumas fotos de bastidores da adaptação em live-action do clássico He-Man e os Mestres do Universo, um dos desenhos mais icônicos dos anos 1980. Agora nas mãos da Amazon MGM Studios, a produção, intitulada Mestres do Universo (Masters of the Universe), está sendo dirigida por Travis Knight (Kubo e as Cordas Mágicas) e será protagonizada por Nicholas Galitzine (Vermelho, Branco e Sangue Azul) como He-Man / Príncipe Adam, com estreia prevista para 2026. O elenco conta ainda com Camila Mendes (Riverdale) como Teela, Idris Elba (Luther: O Cair da Noite) como Mentor, Morena Baccarin (Deadpool) como Feiticeira, Jared Leto () como Esqueleto, e Alison Brie () como Maligna.
Tella e He-Man – Divulgação: Amazon MGM Studios / Mattel
O projeto reacende o debate sobre quais outras animações clássicas — ou muito nostálgicas — merecem também uma adaptação cinematográfica com atores reais. Ainda que os estúdios tenham acumulado alguns fracassos nos últimos anos, como os horrorosos Dragonball Evolution (2009 – com nota 2.9 no IMDB), Os Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seiya: O Começo (2023 – com nota 4.4) e Branca de Neve (2025, com nota 1.6), não há dúvidas de que boas adaptações renderiam, sim, grandes bilheterias, levando-se em conta que cada animação possui um público cativo de fãs que poderia encher as salas de cinema.
De olho nesse movimento saudosista, relaciono três desenhos que, na minha opinião, têm enorme potencial para fazer bonito nas telonas.
SUPER CHOQUE (Static Shock) – 2000-2004
Lançada em 2000, a série animada do jovem herói afro-americano Virgil Hawkins virou referência para toda uma geração. Inteligente, engraçado e com um senso de justiça afiado, Super Choque equilibra ação com críticas sociais e temas como racismo, bullying e violência urbana — tudo isso sem perder o charme adolescente. Fez uma legião de fãs no Brasil enquanto passada nas manhãs do programa Bom Dia & Companhia do SBT.
Por que merece um live-action?
O timing é perfeito. A DC já chegou a anunciar um filme em desenvolvimento com produção de Michael B. Jordan, mas o projeto não saiu do papel. Em um cenário onde filmes com temáticas sociais e herois genuinamente carismáticos ganham mais espaço no entretenimento, Virgil é um protagonista excelente para ser retratado em live-action. Além disso, seria uma ótima oportunidade para James Gun incluir o personagem no novo universo DC que está criando a partir de Superman, que estreia em 10 de julho deste ano.
Sugestão de elenco:
- Virgil Hawkins / Super-Choque: Caleb McLaughlin (Stranger Things)
- Richie Foley (Melhor amigo): Jack Dylan Grazer (Shazam!)
Diretor ideal:
Ryan Coogler (Pantera Negra), com seu olhar sensível para temas raciais e talento para sequências de ação marcantes, seria a escolha ideal.
THUNDERCATS – 1985-1989
Com uma mistura irresistível de ficção científica e mitologia, ThunderCats marcou época. A saga dos felinos guerreiros que fogem da destruição de seu planeta natal e precisam enfrentar o vilão Mumm-Ra na Terceira Terra tem todos os ingredientes de uma odisseia espacial grandiosa. Junto ao He-Man, é a animação clássica mais lembrada pelos quarentões e cinquentões que consumiam tudo que tinha o Olho de Thundera estampado.
Por que merece um live-action?
Um projeto assim pode unir os fãs da série original e um novo público, com potencial para virar franquia de peso — no estilo Star Wars ou Duna. O universo é rico e visualmente desafiador, algo que a tecnologia atual pode entregar com maestria. É claro que há um receio enorme de qualquer estúdio devido ao enorme fiasco que foi Cats (2019), adaptação cinematográfica do famoso musical da Broadway. Ainda assim, não há dúvidas que há um vasto e rico material em mãos para quem aceitar este desafio.
Sugestão de elenco:
- Lion-O: Dacre Montgomery (Stranger Things) ou Henry Cavill (The Witcher)
- Cheetara: Anya Taylor-Joy (O Menu, A Bruxa) ou Margot Robbie (Barbie)
- Tygra: Alexander Ludwig (Vikings) ou Alexander Skarsgård (O Homem do Norte)
- Jaga: Willem Dafoe (Nosferatu)
- Panthro: Winston Duke (Pantera Negra) ou Omar Sy (Lupin)
- Mumm-Ra: Bill Skarsgård (It: A Coisa)
Diretor ideal:
Denis Villeneuve (Duna, Blade Runner 2049), que sabe trabalhar universos épicos e personagens densos.
SPACE GHOST – 1966-1968
Antes de se tornar uma paródia de si mesmo no cult Space Ghost de Costa à Costa (1993-2012), o herói intergaláctico da Hanna-Barbera protagonizou uma das primeiras aventuras cósmicas da TV dos anos 60. Com capa branca, braceletes poderosos e naves espaciais, Space Ghost enfrentava vilões bizarros no melhor estilo Flash Gordon, e inspirou inúmeros herois e histórias fantásticas, incluindo alguns personagens da Marvel Comics e da DC Comics.
Por que merece um live-action?
A nostalgia sci-fi está em alta e Space Ghost tem o charme perfeito para um reboot que misture ação cósmica com humor autorreferente. Com o tom certo, pode agradar tanto ao público de The Boys quanto aos fãs de Guardiões da Galáxia.
Sugestão de elenco:
- Space Ghost: Jon Hamm (Mad Men) ou Michael Keaton (Os Fantasmas se Divertem)
- Zorak (vilão): Em CGI com voz de Mark Hamill (Star Wars)
- Jan e Jace: Sadie Sink e Noah Schnapp (Stranger Things)
- Brak: Em CGI com voz de Jonah Hill (Anjos da Lei)
- Blip: Em CGI com captura de movimentos de Ke Huy Quan
Diretor ideal:
James Gunn (Guardiões da Galáxia, Superman), pois ainda que ele esteja focado no novo universo DC, não custa sonhar. Ele sabe muito bem equilibrar ficção científica, comédia nonsense e emoção.
UM NOVO UNIVERSO DE POSSIBILIDADES
Com o projeto de He-Man reacendendo o interesse por heróis das animações clássicas, Hollywood pode ter encontrado um novo filão de ouro. Mais do que nostalgia, essas histórias têm mensagens atuais, personagens carismáticos e universos ricos que só esperam por uma adaptação à altura.
Que venham novas (e boas) adaptações destes clássicos para uma nova geração!
