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VITILIGO, A IMPORTÂNCIA DA CONSCIENTIZAÇÃO E DO CUIDADO INTEGRAL

Por 25/06/2025No Comments5 min de leitura
Dr. Ismael Alves Rodrigues medico FSFX

O dia 25 de junho marca o Dia Mundial do Vitiligo, uma data dedicada à conscientização sobre essa condição de pele que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Embora o vitiligo não represente ameaça direta à saúde física, ele pode impactar profundamente a autoestima e o bem-estar emocional dos pacientes. Neste cenário, campanhas informativas ganham força não apenas para esclarecer a população, mas também para combater o preconceito e os estigmas que ainda cercam a doença.

De acordo com o dermatologista da Fundação São Francisco Xavier, Dr. Ismael Alves, o vitiligo é uma doença de origem genética. “A pessoa que manifesta vitiligo, seja na infância ou na vida adulta, já nasceu com a predisposição genética para desenvolver a doença. No entanto, o fato de ser genética não significa que ela seja necessariamente familiar, pois há muitas doenças genéticas que não são, obrigatoriamente, familiares. O vitiligo é uma delas”, explica o médico, ressaltando que muitos pacientes se surpreendem ao saber que ninguém na família teve a condição.

De acordo com o médico, alguns fatores ambientais e emocionais podem funcionar como gatilhos para o surgimento ou agravamento das lesões. Infecções virais, certos medicamentos e, principalmente, momentos de grande estresse emocional são apontados como possíveis desencadeadores. Apesar disso, Dr. Ismael faz um alerta: “É importante que a sociedade entenda que o vitiligo não é causado pelo estresse. Atribuir a doença apenas a fatores emocionais pode levar o paciente a se culpar pelas próprias lesões, o que é injusto e prejudicial”, explica.

Ainda sem cura definitiva, o vitiligo pode ser controlado com tratamentos que variam de acordo com cada paciente. O avanço mais promissor, segundo o especialista, está em novas terapias imunológicas que controlam a ação do sistema imunológico sobre os melanócitos — as células responsáveis pela cor da pele. “Esses medicamentos já existem para outras doenças e estão sendo cada vez mais estudados para o vitiligo, com a vantagem de terem menos efeitos colaterais do que os tratamentos tradicionais”, observa.

Atualmente, os pacientes contam com diferentes abordagens terapêuticas. Segundo o médico, entre elas estão cremes, medicamentos de uso oral, fototerapia com luz ultravioleta e, em alguns casos, o transplante de melanócitos — técnica que consiste em transferir células pigmentares de uma área saudável para as regiões despigmentadas da pele. Embora os resultados variem, muitos pacientes conseguem recuperar a cor da pele e manter as manchas sob controle por longos períodos. O tratamento é individualizado e deve considerar o número de lesões, sua localização e se a doença está estável ou em progressão.

Além do cuidado médico, o acompanhamento psicológico tem papel fundamental. Dr. Ismael destaca que o maior impacto do vitiligo é emocional, especialmente em crianças e adolescentes. “As lesões não causam dor, não afetam órgãos internos, mas atingem diretamente a autoestima. Por isso, o apoio emocional, inclusive familiar, é essencial. Psicoterapia, grupos de apoio e estratégias de enfrentamento são recursos valiosos no tratamento global da doença”, orienta.

O preconceito ainda é um dos principais desafios enfrentados por quem convive com o vitiligo. A falta de informação leva a julgamentos e exclusões, afetando diretamente a qualidade de vida dos pacientes. As campanhas de conscientização realizadas em junho são fundamentais para desmistificar o vitiligo e estimular o acolhimento. “O paciente precisa saber que não está sozinho. Em média, 1% da população mundial tem vitiligo. Em algumas regiões, esse número chega a 2%, ou seja, uma a cada 50 pessoas”, destaca Dr. Ismael.

Para quem recebeu o diagnóstico recentemente, o médico reforça que o vitiligo é uma condição de manifestação externa e não compromete a saúde física. “Com tratamento adequado e apoio emocional é possível controlar a progressão das manchas e viver com qualidade. O mais importante é não se isolar e nem se culpar. O vitiligo não é uma falha pessoal, é uma condição genética que pode ser manejada com acompanhamento médico e psicológico”, pontua o médico da FSFX.

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