
No dia 2 de abril, foi comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Não foi apenas uma data no calendário.
Para milhares de famílias ao redor do mundo, especialmente para aquelas que convivem com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), esse dia representou um marco de reconhecimento, de luta e, sobretudo, de amor.
A cada ano, quando monumentos se iluminam de azul, uma mensagem silenciosa, mas poderosa, percorre o mundo: “Estamos aqui. Nossas histórias importam.”
É uma luz que acolhe, que rompe o silêncio, que representa a esperança de um mundo mais justo, mais empático e mais preparado para compreender a pluralidade da existência humana.
As famílias atípicas vivem uma rotina que muitos não enxergam. São dias de superação silenciosa, de pequenas grandes vitórias celebradas no aconchego do lar, de batalhas por direitos básicos, por respeito e por dignidade. São pais, mães, irmãos, avós e cuidadores que aprendem a redescobrir o mundo pelos olhos de quem vê a vida de uma forma única, intensa e muitas vezes incompreendida.
O 2 de abril é também uma celebração da coragem. Coragem de quem enfrenta diagnósticos, incertezas e desafios com o coração aberto, acreditando que o amor é sempre o melhor caminho. Coragem de quem transforma dor em força, e invisibilidade em voz.
Mais do que nunca, precisamos olhar para o autismo com sensibilidade, sair do discurso raso e mergulhar em um entendimento real e humano. Conscientizar é educar, é acolher, é ouvir sem julgar, é garantir que cada pessoa no espectro possa ser plenamente quem é — com apoio, respeito e oportunidades.
Que o Dia 2 de abril não seja apenas um dia azul no calendário, mas um chamado coletivo à empatia, à inclusão e à celebração da diversidade. Porque cada vida atípica é um universo de amor que merece ser compreendido, respeitado e celebrado.
Como educadora, prima e amiga de pessoas no espectro, aprendi que o autismo não limita — ele revela. Revela formas únicas de enxergar o mundo, de sentir, de expressar e de amar. Aprendi a escutar com o coração, a respeitar o tempo do outro e a celebrar conquistas que, para muitos, passam despercebidas. O 2 de abril é, para mim, um lembrete de que cada gesto de acolhimento transforma. Que cada olhar de empatia cura. E que a convivência com pessoas autistas é um presente — um chamado constante à sensibilidade, à escuta e ao amor verdadeiro.