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18 DE JUNHO DIA DO ORGULHO AUTISTA

Por 23/06/2025No Comments3 min de leitura
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18 de junho – Uma data para celebrar identidades, ampliar escutas e reafirmar o direito de existir sem máscaras.

Em tempos em que o diferente ainda é visto com estranheza, o Dia do Orgulho Autista, celebrado em 18 de junho, nos convida a enxergar a diversidade humana com outros olhos. A data não surgiu em instituições médicas ou campanhas publicitárias. Foi criada pela própria comunidade autista, em 2005, como uma resposta afirmativa e potente ao estigma, à exclusão e à invisibilidade histórica das pessoas neurodivergentes.

Orgulho autista não é sobre vangloriar dificuldades. É sobre reconhecer identidades, valorizar trajetórias e lutar contra o apagamento social. É dizer, com firmeza e ternura, que pessoas autistas têm o direito de existir como são : com suas particularidades, suas formas únicas de perceber o mundo e seus modos próprios de se comunicar, aprender, sentir e viver.

A data serve como contraponto a discursos que muitas vezes, reduzem o autismo a um diagnóstico clínico ou a um conjunto de limitações. Sim, há desafios — e muitos. Barreiras no acesso ao diagnóstico precoce, à educação inclusiva, ao mercado de trabalho, aos serviços de saúde. Mas há também potências que florescem quando o preconceito dá lugar ao respeito e à escuta.

Assumir o orgulho de ser autista é também romper com a ideia de que é preciso se “normalizar” para ser aceito. É recusar o peso da camuflagem social que tantas pessoas neurodivergentes carregam desde a infância, tentando parecer o que não são, para caber em moldes que nunca foram feitos para elas.

Neste contexto, o 18 de junho não é só uma data comemorativa. É um marco de conscientização e ativismo, uma oportunidade de refletir sobre a forma como tratamos a diferença. O autismo não é um problema a ser corrigido, mas uma expressão legítima da neurodiversidade humana, assim como o são todas as outras formas de ser e existir.

613ee4be41ae5990e25acfcdf1ef0dd1 e1750694245500Nos últimos anos, graças à luta da comunidade autista, vemos crescer o número de espaços que promovem inclusão, representatividade e participação ativa dessas pessoas nas decisões que as envolvem. Ainda assim, muito precisa ser feito para que o orgulho autista não seja vivido apenas em nichos, mas ecoe em todas as esferas sociais — das escolas às políticas públicas, das empresas às famílias.

É fundamental que a sociedade caminhe para além da simples “tolerância”. Que se abra para a convivência real com o diferente. Que pare de tentar “encaixar” e comece a reconhecer, apoiar e valorizar. Isso inclui oferecer acessibilidade sensorial, comunicação alternativa, escuta ativa e, sobretudo, respeito à individualidade.

Que 18 de junho — e em todos os anos que virão — que a melhor forma de celebrar o orgulho autista seja abrir espaço para que as próprias pessoas no espectro tenham voz. Que estejamos, como sociedade, verdadeiramente dispostos a ouvir sem filtros, acolher sem condições e conviver com respeito e amor. Que essa data nos lembre: inclusão de verdade se faz com empatia, com ação e com a certeza de que todas as formas de ser merecem existir plenamente.

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