
Estratégias simples e eficazes para lidar com o dia a dia de crianças autistas com suporte nível 3 com carinho, firmeza e respeito. Cuidar de uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que necessita de suporte nível 3 ou seja, que apresenta maior necessidade de apoio, exige sensibilidade, firmeza e preparo. Compreender o comportamento e adotar estratégias de comunicação eficazes são passos fundamentais para promover o bem-estar da criança e de todos ao redor.
Confira abaixo algumas orientações importantes para pais, responsáveis ,familiares, amigos, educadores e assistentes de educação especial:
- Comunique-se com clareza: use frases curtas, objetivas e com verbos no imperativo. Isso ajuda a criança a compreender o que se espera dela. Por exemplo: ( use o nome da criança no lugar de amiguinho(a) ou se preferir um adjetivo carinhoso, como: Campeã(o).
- “Amiguinho(a), esperar.”
- “Agora não. Daqui a pouco.”
Sempre que precisar usar uma orientação negativa, coloque a palavra “não” ao final da frase:
- “Amiguinha (a), bater não. Carinho!”
- Ensine técnicas de respiração: durante momentos de agitação, ensine a criança a respirar de forma consciente:
- “Vamos respirar juntos amiguinho (a). 1… 2… 3… 4… 5…”
- Postura firme com afeto: é essencial manter a calma e a autoridade. Seja firme nas orientações, mas sem gritar. Fale com serenidade e confiança, sempre com carinho.
- Evite recompensar birras: evite frases como “Se você parar, eu te dou tal coisa”. Isso pode reforçar o comportamento inadequado.
- Em caso de crise, preserve a segurança: durante uma crise, a criança pode ficar desregulada emocionalmente. Nesses momentos:
- Não tente argumentar;
- Leve-a com calma para um local seguro;
- Proteja objetos ao redor e garanta a segurança de todos.
- Mantenha rotina e previsibilidade: crianças com autismo se sentem mais seguras quando sabem o que vai acontecer. Use frases como:
- “Agora vamos lanchar. Depois, brincar. Quando acabar, tomar água.”
- Para crianças não verbais, utilize recursos visuais, como PECS (figuras).
- Redirecione comportamentos desafiadores: se a criança estiver desorganizada ou com comportamentos inadequados, retire-a da situação e proponha uma atividade reguladora, como lavar as mãos ou o rosto ,por exemplo.
- Reforce comportamentos positivos com mantras: frases repetitivas com reforço positivo ajudam na internalização de boas atitudes.
- “Obedecer e se comportar. A (o) amiguinha (o) é uma criança boa!”
- “Criança que faz birra não ganha nada.”
Saiba que acolher é o primeiro passo. Toda criança, inclusive aquela que tem dificuldades de comunicação ou comportamento: precisa se sentir amada, segura e compreendida. Manter a calma, estabelecer limites com empatia e seguir uma rotina previsível pode transformar o convívio e fortalecer os vínculos. Cuidar com firmeza e ternura é um ato de amor e respeito.
E lembre-se: cada criança autista é única. As estratégias apresentadas são sugestões práticas que podem funcionar para algumas, mas não necessariamente para todas. A escuta atenta, o olhar individualizado e o acompanhamento profissional e de uma Equipe multidisciplinar, são fundamentais para garantir um apoio adequado e respeitoso.